Posted by : Charlie S. Dias
quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
Muito se tem falado de Ricardo Araújo Pereira nos últimos dias, muito por
causa da estreia do seu novo espaço televisivo Gente que não sabe estar. E então também quero!!
E convém escrever algo, para não deixar o blogue tanto tempo a ganhar pó. Isto não é o museu de futebol sénior do Sporting! - Primeiro louvor a Ricardo
Araújo Pereira, fazendo leve escárnio do eterno rival do Sport Lisboa e Benfica. E para recordar no futuro. E porque me sinto sozinho. E porque recentemente
(e felizmente) encontrei uma pessoa que me faz recordar o grande Ricardo Araújo
Pereira mais do que nunca. E... Okay, já chega.
Falando de Ricardo Artur de Araújo Pereira, TENTAREI inspirar-me um
bocadinho nele, na sua característica ironia e na sua conhecida perspectiva
acerca do “politicamente correto”. Identifico-me, e acho que faz sentido.
Como grande parte do seu público, conheço o trabalho de Ricardo Araújo Pereira
desde os tempos do Gato Fedorento, mas quero focar-me mais numa perspectiva actual e deste Ricardo já com um pouquinho menos de cabelo, já com umas leves
mas boas entradas, neste ainda novo ano! (Não resisti).
Mas, de facto, tem sido um excelente ano para quem segue e aprecia o
Ricardo. Ao Governo Sombra e às suas
crónicas na Visão e na Folha de São Paulo, juntaram-se agora o
regresso da Mixórdia de Temáticas e a
nova rubrica na TVI. E do que mais impressiona neste seu retorno em força, é a
sua agilidade para fazer tanta coisa mantendo aquela elevadíssima fasquia de
qualidade à qual nos habituou. Claro que há sempre o conteúdo melhor e o pior, mas mesmo
o seu pior, considero muito melhor que a maioria do melhor de outros que se encontram por aí. Muito melhor que a maioria do melhor!
Pela minha vastíssima e atarefadíssima experiência em gerir este blogue de frenéticas postagens de mês a mês (ou mais) e com prazos apertadíssimos e rígidos para cumprir, sei bem que é a inspiração que chama por nós, e não o contrário. E, pelo menos a mim, chama normalmente tarde e a más horas, ou em alturas inconvenientes! Tipo a tal prisão do Armando, que o chamou tarde e ainda por cima no Natal!
Mas no caso do Ricardo, a inspiração deve chamá-lo mais vezes do que a qualquer outro. São íntimos. Talvez ele seja filho da inspiração, a eterna criança da inspiração, essa inspiração que lhe grita o seu nome a toda a hora. “O que é que eu fiz agora?” - Pergunta Ricardo.
Ou, neste caso: “Sobre o que é que ainda não escrevi e que pode dar uma boa matéria?”; “ Como é que, na falta de mais notícias relevantes, posso tornar esta aparente insignificância em humor inteligente?”. Mesmo dedicando-se a isso “ a tempo inteiro”, ele reconhece essa evidente dificuldade.
Pela minha vastíssima e atarefadíssima experiência em gerir este blogue de frenéticas postagens de mês a mês (ou mais) e com prazos apertadíssimos e rígidos para cumprir, sei bem que é a inspiração que chama por nós, e não o contrário. E, pelo menos a mim, chama normalmente tarde e a más horas, ou em alturas inconvenientes! Tipo a tal prisão do Armando, que o chamou tarde e ainda por cima no Natal!
Mas no caso do Ricardo, a inspiração deve chamá-lo mais vezes do que a qualquer outro. São íntimos. Talvez ele seja filho da inspiração, a eterna criança da inspiração, essa inspiração que lhe grita o seu nome a toda a hora. “O que é que eu fiz agora?” - Pergunta Ricardo.
Ou, neste caso: “Sobre o que é que ainda não escrevi e que pode dar uma boa matéria?”; “ Como é que, na falta de mais notícias relevantes, posso tornar esta aparente insignificância em humor inteligente?”. Mesmo dedicando-se a isso “ a tempo inteiro”, ele reconhece essa evidente dificuldade.
Verdade seja dita, mesmo que RAP (cansei-me) não possa pensar assim - e não
o faz - , por esta altura, a simples proferição de um substantivo exótico ou castiço
como por exemplo “cocó”, assim dito à sua maneira, já seria reconhecida como
engraçada e devoraríamos na mesma essas suas “piadas” tal como o Ricardo devora
pudins. Mas não é isso que se tem verificado nas suas últimas aparições
públicas. Até porque não poderia apresentar-se nos seus programas de tal forma:
“Boa noite... Cocó. E assim me despeço por hoje, até para a semana!”. Ou enviar
uma crónica à Visão com o título de
“Caca” e como corpo: “Montinhos de matéria excrementícia espalhados pelo
jardim. Fim.”.
Não. Terá sempre de elaborar, de riscar e reescrever, de duvidar e depois ligar tudo o que reciclou com o seu toque de Midas. Sem sequer abusar de ferramentas que considero de “humor fácil”, como vernáculo grotesco ou conotações sexuais exageradas. O Ricardo Araújo Pereira joga no modo lendário, não no amador ou iniciante. A meu ver, o seu humor mantém-se brilhante, e um reflexo do seu cérebro.
Não. Terá sempre de elaborar, de riscar e reescrever, de duvidar e depois ligar tudo o que reciclou com o seu toque de Midas. Sem sequer abusar de ferramentas que considero de “humor fácil”, como vernáculo grotesco ou conotações sexuais exageradas. O Ricardo Araújo Pereira joga no modo lendário, não no amador ou iniciante. A meu ver, o seu humor mantém-se brilhante, e um reflexo do seu cérebro.
Charlie S. Dias
