Posted by : Charlie S. Dias quarta-feira, 23 de janeiro de 2019



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Agora devo desabafar uma coisa acerca do RAP: Faz-me um bocado espécie que ele se declare ateu... 
Como assim? Não acredita na sua própria existência? Realmente, comprova-se o que o RAP confessa nalgumas entrevistas, que tem baixa auto-estima. RAP não acredita em si, RAP é ateu.
Para fervorosos religiosos (aqueles que não se ofendem), acho que RAP deve ser visto como uma espécie de divindade, ou um discípulo do Todo Poderoso. Do género: Deus quis criar um Homem para iluminar e guiar o povo, Deus quis criar algo grandioso e à sua imagem, grande! E aí está a explicação para o RAP medir cento e noventa e três centímetros.

Toda a gente admira RAP! PORQUE QUEM NÃO ADMIRA RAP, NEM DEVE SER CONSIDERADO GENTE!!! (Ai, perdão. Foi o meu momento "colete amarelo", empolguei-me!).
Continuando...Toda a gente admira RAP! Da classe mais humilde à classe mais elitista da esfera social. Quem gosta de política, quem vive dela, e quem não lhe liga nenhuma. Homens, mulheres, transexuais - que são igualmente homens ou mulheres - , ou quaisquer outras dezenas de géneros que me possam estar a escapar. O taberneiro que aplaude as suas sátiras políticas porque falam mal daqueles gatunos todos, os mais intelectuais ou eruditos que reconhecem ou se revêem nas suas bicadas astutas, e até os seus alvos, que devem ficar em casa a rir-se e a pensar: “Aquele rapaz, realmente, faz-me rir das minhas próprias trafulhices! Isso não se faz! Ao menos também sobra espaço para os meus opositores, já que até somos todos parecidos.”.
Portanto, resumindo, diverte desde bêbados, a estudiosos e bandidos. E a restante generalidade da população que não se insere em nenhum destes grupos. Todos.  Ninguém fica indiferente à genialidade.
Nunca ouviremos apupos a RAP em palco, nunca veremos serem-lhe arremessados tomates podres, kunami, funini, katuki ou sequer maracaté em sinal de desprezo. Nada. ( Este seria o momento ideal de pausa no texto para alguns dos seus mais ferozes "inimigos" explodirem e virem insultar-me, processar-me ou ameaçar-me também, na caixa de comentários, se isto tivesse leitores e se eu fosse importante. Ufffffff!).
Mas, efectivamente, isto tudo para afirmar a minha convicção de que, em Portugal, a maioria das pessoas adora Ricardo Araújo Pereira.

RAP é uma espécie de Lucky Luke, mas com aquelas mini pistolas de água que em tempos calhavam no Bollycao. Dispara para todo o lado, fugaz, acerta em toda a gente, mas não magoa ninguém. Vá... Só os mais sensíveis... que derretem com a água. O resto, ri-se.

Na minha singela opinião, o RAP deveria ser contratado pelo canal mais sério e nobre da televisão estatal, a RTP1 - Ou pelo mais culto, a RTP 2 -, para prestar serviço público com sketches (sempre fiéis ao registo humorístico) onde poderia ajudar a entender alguns termos e doutrinas filosóficas, económicas, políticas, religiosas e afins, que pudessem esclarecer e incentivar o maior interesse da população nas ciências sociais. Por exemplo, conceitos como o fascismo, o totalitarismo, o liberalismo, o comunismo, o capitalismo, o marxismo, o leninismo, o maoismo, o stalinismo, o radicalismo, o islamismo, o ciclismo, o contorcionismo, o autoclismo... A arte de semear batatas e da remoção de grelos, os fluxos migratórios da escrevedeira da Lapónia e do esmerilhão, a interpretação do Kama Sutra, o processo de reprodução das libelinhas, a morfometria de bacias hidrográficas... Qualquer coisa seria bem-vinda, e estou certo de que ensinaria sempre algo de útil. RAP tem o carisma necessário.
No entanto, pensando melhor, acho preferível ser na TVI mesmo, ou então nas manhãs da SIC, até porque devem pagar melhor.

A mim, o que mais me fascina em RAP, não é a genialidade do seu humor per se, mas a humildade com que hoje apresenta essa mesma genialidade e a adapta aos diferentes contextos em que está inserido e aos diferentes públicos para que comunica. A forma como interage. E sinto convictamente que não é só por inteligência e proteção que o faz, mas também por empatia com os outros. Isso, e o facto de usá-la para genuinamente fazer rir as pessoas. Imagine-se o genial Ricardo de pequeno bigodinho alinhado debaixo do nariz... Seria um Charlie Chaplin e não um Hitler, felizmente!

Naturalmente que RAP inspira muitas pessoas, que encontram nele um ídolo ou até um mentor, que desejam ser como ele. E é bom que isso seja sinónimo de ter bons valores pessoais e de ter como principal objetivo gerar o riso saudável.





Charlie S. Dias

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