Posted by : Charlie S. Dias quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019



O silêncio encanta-me, mesmo ao lado de quem me é mais querido. Não que não aprecie boas conversas, brincadeiras e risos, mas por vezes, o silêncio é tudo o que me basta.
E quantas pessoas não detestarão grandes viagens sobre quatro rodas?? De autocarro, de carro...
Eu gosto! Gosto de viajar por esse meio, e de levar a minha mente a passear comigo. Ficar a ver, observar o mundo que corre por mim enquanto fico sentado, sem ter de sair do meu lugar. As paisagens, quanto mais dinâmicas ou inspiradoras, melhores. Metrópoles, o mar e outras belezas – naturais ou arquitetónicas – são um bom cenário. A noite também, as luzes... O sol é igualmente bom, assim como a chuva.
Muitas vezes, levo também a companhia da música. Apenas e só.
Nada de telemóveis, tablets ou computadores, que entretêm os restantes passageiros. Nada de entregar-me completamente ao sono. Deixo os meus pensamentos a divagar em lume brando.
Recorro àquela frase de Einstein quase como que a um descargo de consciência: “A imaginação é mais importante que o conhecimento.”. Gosto de imaginar.
Não daria um bom cirurgião, controlador de tráfego aéreo ou piloto de aviões, por exemplo.
Sou um colecionador de memórias. Seria um colecionador de pessoas – não no sentido mórbido da assunção. Porém, as pessoas são demasiado voláteis, e então fico-me pelas memórias. Gosto de recordar, de encontrar alguns dos mais preciosos itens da minha coletânea em algo que me possa despertar a lembrança, e voltar a viver um bocadinho daquele passado. Gosto de fantasiar o futuro ou encenar na minha mente novos episódios, que não aconteceram, nos locais por onde passo ou que encaro. Gosto de pensar na origem do universo, da vida, e em qualquer coisa que me pudesse dar uma epifania de sabedoria. Gosto de analisar o detalhe que não pode ser analisado no hábito do frenético quotidiano. Gosto de tornar as insignificâncias em matéria intrigante para entreter o meu cérebro. Gosto de, como li numa crónica, apreciar o mundo em redor na pele de um autêntico poetaGosto de me teletransportar... de fechar os olhos, captar os sons e sinais envolventes, e mergulhar-me noutro local cobiçado, para depois me desiludir com a realidade quando os voltar a abrir. Gosto de repetir tudo isto vezes e vezes sem conta. Sem querer deixar que este vício se torne demasiado perigoso.





Charlie S. Dias

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