Posted by : Charlie S. Dias terça-feira, 18 de julho de 2023

 


Assisto ao festival da Eurovisão desde 2006, ainda que nem sempre da forma mais atenta ou assídua, sobretudo nos meus primeiros anos de espetador. Muitas canções, interpretações, cenários ou até guarda-roupas permanecem na nossa memória. Outras vezes, misturam-se, adulteram-se, desvanecem ou desaparecem mesmo por completo. Ao longo de anos de acompanhamento, vão-se estabelecendo na nossa mente padrões e opiniões gerais acerca de cada país participante, de forma mais ou menos correta. Nesta rubrica irei recuar no tempo, às participações de vários países na Eurovisão, desde 2006, destacando as minhas principais recordações e preferências ao longo desta retrospeção. No final, poderei comparar a ideia pré-estabelecida que tinha das edições passadas com as conclusões que retirei desta minha viagem do passado ao presente.


*Artigo redigido antes da edição de 2023





Sem uma pesquisa prévia e seguindo apenas a minha primeira intuição enquanto espetador da Eurovisão, arriscaria dizer que a Suécia é o país com mais tradição na prova. Além da sua presença ser constante nas finais, já venceu por várias vezes. Associo à Suécia o título virtual de campeão absoluto da Eurovisão, porque são raras as ocasiões em que não se apresentam com uma das melhores atuações em prova. Normalmente com canções festivaleiras facilmente retidas na memória. Talvez até o distante legado dos ABBA ainda tenha influência no meu subconsciente. Veremos se o meu instinto é real ou apenas uma ilusão estimulada pelos recentes vencedores vindos deste país escandinavo.



2006

Carola - "Invincible" – 5º lugar


2007

The Ark - "The Worrying Kind" – 18º lugar


2008

Charlotte Perrelli - "Hero" – 18º lugar


2009

Malena Ernman - "La Voix" – 21º lugar


A minha primeira e vaga recordação da Suécia, com Malena assemelhando-se a um anjo de branco cantando ópera, mas, sempre com a componente festivaleira como melodia de fundo.


2010

Anna Bergendahl - "This Is My Life" – 11º lugar


2011

Eric Saade - "Popular" – 3º lugar


2012

Loreen - "Euphoria" – 1º lugar


Sem dúvida, a minha primeira grande recordação da Suécia. Naturalmente que “Euphoria”, até por se ter sagrado vencedora, não iria ser esquecida. Mais uma vez, um refrão muito cativante e que fica facilmente no ouvido. Quem ouve esta canção sem dar por si a repetir ou a relembrar um refrão tão trauteável? A batida da música é hipnotizante e e enquadra-se perfeitamente na ideia de festival. Também a dança de Loreen, com o seu cabelo selvagem, é impossível passar despercebida. Foi um justíssimo vencedor e, ainda hoje, tenho a sensação de que foi das canções vencedoras mais unânimes entre o público desde que assisto à Eurovisão.




2013

Robin Stjernberg - "You" – 14º lugar


Mais uma boa canção de festival que se expande no refrão em estilo pop, que se dança e canta muito facilmente, como qualquer festival pede.


2014

Sanna Nielsen - "Undo" – 3º lugar


Ao ouvir de novo a canção, relembro-me perfeitamente. É uma linda atuação, com uma voz muito poderosa e uma bela melodia acompanhada pelo piano, até culminar no portentoso refrão. Uma atuação em que apenas a voz e a música se destacam, em perfeita sintonia.

Se não estou errado, era a minha favorita para vencer a edição de 2014.




2015

Måns Zelmerlöw - "Heroes" – 1º lugar


Um cantor carismático, uma voz atraente, um refrão cativante e reprodutível, uma música vibrante, um original cenário digital a interagir com uma bela coreografia... Da mistura destes ingredientes só poderia sair um grande vencedor.

Esta canção foi simplesmente a receita perfeita para mais um grande êxito sueco na Eurovisão, e não é por acaso que ainda é uma das músicas mais reproduzidas em eventos de retrospeção da Eurovisão. Inesquecível.




2016

Frans - "If I Were Sorry" – 5º lugar


Sem grande exuberâncias. Apenas um simples intérprete deixando que a sua canção fale por si e coloque o público a cantarolar e a bater o pé. Era uma das minhas canções favoritas de 2016 e foi das poucas que alcançou bastante sucesso nas estações de rádio europeias sem ter sido consagrada vencedora na sua edição. De facto, diria que tem a sonoridade e o ritmo perfeitos para a típica música de rádio.




2017

Robin Bengtsson - "I Can't Go On" – 5º lugar


2018

Benjamin Ingrosso - "Dance You Off" – 7º lugar


2019

John Lundvik - "Too Late for Love" – 5º lugar


2020

The Mamas - "Move" – Eurovisão foi cancelada devido à Covid-19.


2021

Tusse - "Voices" – 14º lugar


Apesar da modesta pontuação final, lembro-me que foi das minhas canções favoritas de 2021 na Eurovisão. Mais uma clássica atuação de música festiva e refrão facilmente reproduzível, aliado a uma melodia vibrante que explode no refrão. Esta canção tem a particularidade de possuir uma certa sonoridade africana, quer na melodia, quer no coro do refrão, que a torna ainda mais singular e estimulante.




2022

Cornelia Jakobs - "Hold Me Closer – 4º lugar


Foi uma das minhas canções preferidas deste ano. O que mais me cativa na canção, como de costume, é a forma como cresce até ao clímax do refrão, que possui uma sonoridade muito agradável numa espécie de pop rock. O timbre da cantora também me parece peculiar e muito bem enquadrado na canção. 





Concluo que esta análise às participações da Suécia na Eurovisão não deixou a minha primeira impressão mal vista. De facto, a Suécia nunca falhou a final de uma Eurovisão desde que assisto, obtendo excelentes pontuações além da sua dupla vitória da competição. Em diversos anos, reconheci a performance sueca como uma das melhores atuações em prova.

Particularmente a partir de 2012, torna-se clara uma espécie de padrão de identidade sueca na Eurovisão, com as tais músicas bastante festivaleiras e cativantes, dentro do género pop. Em suma, as tais músicas que ficam muito facilmente no ouvido e que conseguem fazer qualquer pessoa mexer.

Entre muitas canções memoráveis, as duas vencedoras são obviamente as duas que mais brilham na minha memória.

Se não é este o país com a generalidade das atuações mais sólidas e bem conseguidas desde que assisto à competição, certamente estará muito próximo. 



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